30 dias após morte de homem por leshimaniose, saúde confirma novo caso em humano
Dois casos suspeitos foram notificados ao serviço de saúde, sendo confirmado um deles.
Cerca de 30 dias após a morte de um idoso de 63 anos, morador no Jardim das Acácias, em Adamantina, tendo como causa a leishmaniose, dois novos casos suspeitos foram informados semana passada à Secretaria Municipal de Saúde, sendo que um deles deu positivo para a doença. A paciente, com confirmação de leishmaniose, é uma adolescente de 17 anos.
Segundo o Departamento de Controle de Vetores da Secretaria Municipal de Saúde de Adamantina, os dois novos casos suspeitos – com uma positivação para a doença – estão em um raio de 100 metros do endereço onde morava o idoso de 63 anos, que morreu no dia 9 de agosto. O atestado de óbito relacionou como causas a falência de múltiplos órgãos, leuctrome hepato renal, leishmaniose visceral e hepatopatia crônica (reveja).
Notificação: 30 casas em situação de risco
Além do novo caso de leishmaniose em humano, atingindo uma adolescente moradora na região dos bairros vizinhos Jardim das Acácias e Conjunto Mário Covas, há 15 notificações expedidas pelo Departamento de Controle de Vetores a moradias dos dois bairros. As notificações exigem dos moradores a completa limpeza dos quintais. Outras 15 residências deverão ser formalmente notificadas, o que coloca 30 moradias em situação de risco.
O mesmo alerta sobre a limpeza dessas áreas se aplica ao próprio poder público municipal, que detém áreas sob seu domínio e responsabilidade, e não dedica uma manutenção efetiva e permanente, que possa reduzir os criadouros. A realização desse trabalho, pelo poder público, em áreas públicas, exige a mobilização de uma estrutura operacional complementar, como da Secretaria de Obras e Serviços, bem como a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente, somadas às ações dos Agentes de Controle de Vetores e dos Agentes Comunitários de Saúde.
Região crítica para a doença
Segundo o Departamento de Controle de Vetores, o bairro Jardim das Acácias possui histórico de casos da doença em humanos desde 2004, quando foi diagnosticado o primeiro caso de Leishmaniose Humana em Adamantina. A partir de então foram contabilizados cinco casos da doença em humanos no bairro – com o último registro de óbito ocorrido em 9 de agosto passado -, assim como o bairro vizinho, Conjunto Habitacional Mário Covas, que também contabilizou outros quatro casos da doença em humanos neste mesmo período.
Com esses números, o Departamento de Controle de Vetores tem essa região como área de risco de transmissão intensa, de casos de leishmaniose humana e canina.
Busca ativa e ações permanentes
A cada caso confirmado o serviço de saúde realiza busca ativa de sintomáticos em um raio no entorno da moradia do paciente, com o objetivo de identificar tanto em humanos quanto em animais a sintomatologia da doença para que, identificado precocemente, possam ser tomadas as devidas providências. O trabalho as campo também visa frisar as orientações sobre prevenção e manejo ambiental, cuidado com os quintais e com os cães.
Além da mobilização concentrada diante do surgimento de novos casos da doença, a Equipe de Educação da Secretaria Municipal de Saúde também realiza trabalhos educativos, como palestras e teatros de fantoche e intensificará estes trabalhos nas creches, escolas e com os moradores, sobretudo na região dos bairros Mário Covas e Jardim das Acácias.
Segundo Francine de Brito Alves, profissional responsável pelo Departamento de Controle de Vetores, essa mobilização tem o intuito de conscientizar essas comunidades sobre os riscos de manter os quintais livres de acúmulos de folhas e frutos e fezes, bem como os cuidados que devem ser tomados com os animais de estimação ressaltando o bem-estar animal e a posse responsável. “Evitem que seus cães tenham acesso à rua, se possível tenha citronela no quintal e tele portas e janelas para evitar o acesso do mosquito palha ao interior das residências. Mantenha os cães sempre bem cuidados com água e alimentos disponíveis e mantenha o ambiente do seu animal sempre limpo. E denuncie o abandono de animais”, diz. “Vamos batalhar contra essa cultura”, continua. “Ressalto ainda que o lixo jogado nas áreas verdes e terrenos baldios, retornam para as nossas residências em forma de insetos, animais peçonhentos e mosquitos, causando transtornos, acidentes e transmitindo doenças graves. Leishmaniose não tem cura e pode matar, vamos cooperar para a saúde de toda a população”, completou Francine.