Saúde

Leishmaniose é confirmada como causa da morte de idoso; Departamento de Vetores reforça ações

Região onde ocorreu novo caso é considerada área de risco de transmissão.

Por: Da Redação atualizado: 16 de agosto de 2018 | 21h25
Locais com matéria orgânica são propícios à criação do mosquito palha, transmissor da leishmaniose em cães e humanos. Nesses locais, a limpeza é fundamental (Fotos: Cedidas/Departamento de Vetores). Locais com matéria orgânica são propícios à criação do mosquito palha, transmissor da leishmaniose em cães e humanos. Nesses locais, a limpeza é fundamental (Fotos: Cedidas/Departamento de Vetores).

A causa oficial da morte de um idoso de 63 anos, ocorrida na última sexta-feira (9), sob suspeita de leishmaniose visceral (reveja), foi confirmada nesta segunda-feira (13) e consta no atestado de óbito da vítima, conforme divulgado pela sua família ao G1. Segundo o atestado, as causas da morte do idoso foram falência de múltiplos órgãos, leuctrome hepato renal, leishmaniose visceral e hepatopatia crônica.
A vítima residia no Jardim das Acácias, considerada uma região crítica, para esses casos. Segundo o Departamento de Controle de Vetores da Secretaria Municipal de Saúde de Adamantina, o bairro possui histórico de casos da doença em humanos desde 2004, quando foi diagnosticado o primeiro caso de Leishmaniose Humana em Adamantina. A partir de então foram contabilizados quatro casos da doença em humanos no bairro, assim como o bairro vizinho, Conjunto Habitacional Mário Covas, área próxima ao caso, que também contabilizou outros quatro casos da doença em humanos neste mesmo período.
Com esses números, o Departamento de Controle de Vetores tem essa região como área de risco de transmissão intensa, de casos de leishmaniose humana e canina.

Transmissão e ações preventivas

Segundo o Departamento de Controle de Vetores da Secretaria Municipal de Saúde, a transmissão da doença ocorre através da picada do mosquito palha infectado pelo protozoário, após ter picado um cão portador da leishmaniose. Assim sendo, o contágio se dá apenas após a picada da fêmea do flebotomíneo.
Nos humanos, os sintomas da doença são febre constante, anemia, fraqueza, emagrecimento, aumento do baço, além de outras manifestações clínicas que podem manifestar-se no período de até dois anos após a contaminação pelo mosquito transmissor. Nos animais, os principais sintomas são apatia, emagrecimento, queda de pelos, feridas nas pontas das orelhas e pelo corpo, que demoram a cicatrizar, descamação e crescimento exagerado das unhas.
O cão infectado pode manifestar os sintomas como demorar meses ou até anos para adoecer e permanecendo como fonte de infecção para o inseto transmissor, dessa maneira orienta-se a que os proprietários de cães realizem anualmente exames para o diagnóstico da doença.
Para a diminuição dos casos de leishmaniose tanto em humanos quanto em animais, o Departamento de Controle de Vetores coloca como essencial o apoio da população na eliminação dos criadouros, que podem ser restos de comidas, frutas, folhas e fezes de animais, além da limpeza dos abrigos e a higienização dos animais.

Busca ativa na região do novo caso registrado

Ainda de acordo com o Departamento de Controle de Vetores, a Secretaria Municipal de Saúde, através dos Agentes Comunitários de Saúde, realizará a busca ativa de sintomáticos nos bairros Jardim das Acácias e Conjunto Habitacional Mário Covas, no entorno da residência do paciente cujo caso foi confirmado. A busca ativa tem o objetivo de identificar tanto em humanos quanto em animais a sintomatologia da doença para que, identificado precocemente, possam ser tomadas as devidas providências.
De acordo com o Departamento de Controle de Vetores, os Agentes de Saúde também irão frisar as orientações sobre prevenção e manejo ambiental, cuidado com os quintais e com os cães. Eles farão um levantamento das áreas públicas que condicionam risco para a proliferação do mosquito palha, para que sejam tomadas as providências em relação à limpeza e retirada das matérias orgânicas (lixos domésticos, folhas e frutos).
O Departamento retifica que não houve a realização de borrifação na área em torno da residência da vítima, que essa atividade é feita somente após a realização da retirada de toda a matéria orgânica que serve como criadouro do mosquito palha, nas residências e áreas públicas.

Coleta de sangue para diagnóstico de leishmaniose e vacina contra a raiva

Nos dias 31 de agosto e 1 de setembro, os funcionários do Departamento de Controle de Vetores em Conjunto com os Agentes de Saúde estarão realizando a campanha de vacinação contra a raiva e coleta de sangue para diagnóstico da leishmaniose visceral canina, na região dos bairros Mário Covas e Jardim da Acácias. O morador deve exigir que seja feito o exame dos animais de estimação. Veja aqui o calendário completo, com datas, locais e horários de vacinação contra a raiva e coleta de sangue para diagnóstico da leishmaniose visceral canina, que acontece em toda a cidade, até o dia 3 de setembro.

Ações permanentes

A Equipe de Educação da Secretaria Municipal de Saúde também vem realizando trabalhos educativos, como palestras e teatros de fantoche e intensificará estes trabalhos nas creches, escolas e com os moradores, sobretudo na região dos bairros Mário Covas e Jardim das Acácias.
Segundo Francine de Brito Alves, profissional responsável pelo Departamento de Controle de Vetores, essa mobilização tem o intuito de conscientizar essas comunidades sobre os riscos de manter os quintais livres de acúmulos de folhas e frutos e fezes, bem como os cuidados que devem ser tomados com os animais de estimação ressaltando o bem-estar animal e a posse responsável. “Evitem que seus cães tenham acesso à rua, se possível tenha citronela no quintal e tele portas e janelas para evitar o acesso do mosquito palha ao interior das residências. Mantenha os cães sempre bem cuidados com água e alimentos disponíveis e mantenha o ambiente do seu animal sempre limpo. E denuncie o abandono de animais”, diz. “Vamos batalhar contra essa cultura”, continua. “Ressalto ainda que o lixo jogado nas áreas verdes e terrenos baldios, retornam para as nossas residências em forma de insetos, animais peçonhentos e mosquitos, causando transtornos, acidentes e transmitindo doenças graves. Leishmaniose não tem cura e pode matar, vamos cooperar para a saúde de toda a população”, completou Francine.

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