Saúde

Saúde de Adamantina se articula contra dengue, zika e chikungunya

Cidade tem 47 casos de dengue e nenhum caso de zika e chikungunya.

Por: Da Redação atualizado: 15 de fevereiro de 2016 | 11h45
Adamantina está dividida em setores, dentro das 14 Estratégias de Saúde da Família (ESF), e maca recebe marcações, na Sala Situação, para a tomada de decisões e monitoramento (Foto: Acácio Rocha). Adamantina está dividida em setores, dentro das 14 Estratégias de Saúde da Família (ESF), e maca recebe marcações, na Sala Situação, para a tomada de decisões e monitoramento (Foto: Acácio Rocha).

As ações permanentes de combate aos criadouros do mosquito Aedes Aegypti, em Adamantina, dirigidas pela Secretaria Municipal de Saúde, ganham novo fôlego e uma nova articulação na cidade.
O trabalho que sempre se fez pautado no combate ao mosquito – para evitar a transmissão da dengue – vem sendo desenvolvido com o propósito de também evitar a chegada do vírus zika e chikungunya a Adamantina.
Sobre as ações legais, a reportagem do SIGA MAIS foi recebida na última sexta-feira (5) pela Secretária Municipal de Saúde, Patrícia Queiroz Ribeiro Mochiuti, e parte da equipe diretamente envolvida na organização desse trabalho, entre as quais Rosemary Mantovani, Myrian Rocha Prado, Francine de Brito Alves, Rosemeire Piva e Bruna Furini.
Todas as ações de combate ao mosquito Aedes Aegypti são definidas no Plano de Ação, aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde.

Reorganização das equipes: uma nova dinâmica de trabalho

Na tentativa de uma ação mais efetiva, no combate aos criadouros do mosquito Aedes Aegypti, a dinâmica de atuação foi redesenhada pelas autoridades locais de saúde, dentro das recomendações da Secretaria Estadual da Saúde e Ministério da Saúde.
Assim, a atuação das equipes, em todo o território de Adamantina, obedece uma organização em setores, dentro das 14 Estratégias em Saúde da Família (ESF) existentes na cidade. Desta forma, as áreas das ESF, onde atuam os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), têm uma subdivisão, e dentro de cada unidade, há agora a atuação conjunta dos Agentes de Controle de Vetores (ACV). 
Desta forma, existe a presença de dois agentes de saúde pública nos setores das ESF, respondendo por uma determinada área, o que garante uma maior aproximação desses profissionais com a comunidade, bem como a melhor identificação e interpretação do território, e as ações de identificação de casos, suspeitos e buscas de criadouros. Há também um agente específico para atuação em pontos de grande concentração de criadouros, como ferros-velhos, entre outros.
Antes desse redesenho, os Agentes de Controle de Vetores atuavam junto ao Departamento de Controle de Vetores, com pouca articulação com os Agentes Comunitários de Saúde. Agora, a expectativa é que haja maior integração, intercâmbio de informações e trabalho conjunto, com agentes responsáveis pelos setores.
Nesse sentido, e na expectativa de atender a esses objetivos, os Agentes de Controle de Vetores e os Agentes Comunitários de Saúde foram treinados por técnicos da Divisão Regional de Saúde (DRS) e pela Superintendência de Controle de Endemias (Sucen). O treinamento também atingiu a área médica.
Um dos desafios atuais, segundo a secretária Patrícia, é realizar a visita em todos os imóveis da cidade, em dois meses, como determina uma nova orientação do Ministério da Saúde.

47 casos no “ano dengue” 2015/2016

A equipe da Secretaria Municipal de Saúde informou que Adamantina conta hoje com 47 casos de dengue, dentro do “ano dengue” 2015/2016, que é tabulado entre 1º de julho de 2015 e segue até 30 de junho deste ano. Outros 35 casos suspeitos aguardam divulgação dos resultados de exames. Todavia, seguindo as tendências e estudos, e o cenário vivido em todo o Brasil, as perspectivas não são positivas, com tendência de aumento no número de casos, em Adamantina.
Sobre a dinâmica de identificação de casos e as ações nesse cenário, a equipe informou que quando a saúde pública identifica um caso suspeito, é realizada a notificação e tomadas as medidas iniciais, entre as quais, o encaminhamento da pessoa para coleta de material para exames laboratoriais.
Á campo, as equipes formadas por Agentes de Controle de Vetores e Agentes Comunitários de Saúde realizam busca sintomática e bloqueio num raio de 200 metros da residência do caso suspeito. Sendo confirmado, as ações são ampliadas para novos 300 metros, alcançando ao final um raio de 500 metros.
Já os exames laboratoriais nas pessoas com suspeita são realizados no 7º dia após o aparecimento dos sintomas, dentro do protocolo fixado pelo Ministério da Saúde.
Esses exames são oferecidos pela Secretaria Estadual de Saúde dentro de uma cota. Atingida essa cota, a Secretaria Municipal de Saúde tem assumido as despesas com o emprego de recursos próprios e realizados os exames.

Não há casos de zika e chikungunya

Até o momento, não há qualquer registro de casos de zika e chikungunya em Adamantina, segundo informado pela equipe da Secretaria Municipal de Saúde.
Nesse aspecto, há uma atenção especial envolvendo gestantes, que no programa pré-natal, da rede pública de saúde, são orientadas sobre os cuidados e, sobretudo, na observação de eventuais sintomas.
A enfermeira Myrian Rocha Prado informou que as ações não são diferenciadas, para dengue, zika e chikungunya, sobretudo pela similaridade dos sintomas. O que ocorre diante de casos suspeitos, dentro do protocolo definido pelo Ministério da Saúde, é a investigação inicial sobre dengue. Sendo negativa, parte-se para a investigação sobre a possibilidade das outras doenças.
A secretária Patrícia Queiroz disse estar aguardando uma consulta realizada junto aos órgãos gestores das áreas federal e estadual, para avaliar sobre a possibilidade de adquirir repelentes com recursos dos programas voltados às gestantes (Rede Cegonha), para a compra de repelentes, e distribuição às mulheres grávidas atendidas pela rede pública.

Mosquito dinâmico: novos locais como criadouros

A equipe da Secretaria Municipal de Saúde de Adamantina destacou a habilidade do mosquito Aedes Aegypti em encontrar novos locais como criadouros, o que torna o trabalho de identificação ainda mais criterioso, exigindo-se, cada vez mais, a participação direta da população para limpeza atenta de seus quintais.
Tradicionalmente, os potenciais criadouros são copos, garrafas, pneus e qualquer outro objeto que possa acumular água. Agora, larvas do mosquito têm sido encontradas em calhas, ralos, laje e tubulação.

Mutirão deve ser realizado nos próximos dias

Nos próximos dias deve ser divulgada a data de uma ampla mobilização na cidade, com mutirão, envolvendo a estrutura da Secretaria Municipal de Saúde e outras áreas da Prefeitura. Os detalhes devem ser ajustados em seguida divulgados, buscando sobretudo a participação da população, na limpeza de quintais.

Imóveis fechados

A recente Medida Provisória adotada pelo Governo Federal, que permite a entrada dos agentes em imóveis que estejam fechados ou abandonados é um recurso que vai ser usado pela equipe de Adamantina.
Segundo apurado pelo SIGA MAIS, nos casos de imóveis que estejam para locação em imobiliárias, há uma sensibilização e parceria, e sempre que são acionadas pelos agentes de saúde, as mesmas vão até os endereços, abrem os imóveis e permitem a entrada da equipe.
Os problemas maiores estão naqueles imóveis em que o morador reside fora. E neste caso, deverá ser aplicada a facilidade trazida pela Medida Provisória.

Sala Situação

Todas as ações em curso no combate aos criadouros do mosquito Aedes Aegypti e as ações de identificação de casos, entre outras medidas, são centralizadas em uma “Sala Situação”, criada em agosto do ano passado, envolvendo toda a equipe, com reuniões periódicas sobre o cenário e medidas contra a doença, em Adamantina.
Os encontros na “Sala Situação” tem a participação dos profissionais da saúde pública e a tendência é trazer outras áreas da Prefeitura local, ampliando o diálogo, participação e engajamento. O objetivo é envolver os profissionais da educação, assistência social, obras, agricultura e meio ambiente, e outros.
Essa mesma dinâmica de trabalho de “Sala Situação” foi adotada com a participação dos representantes dos municípios da região, com os mesmos objetivos.

Adamantina deve decretar “situação de emergência em saúde pública”

Seguindo a Portaria Nº 1813/2015, do Ministério da Saúde, Adamantina deve decretar “situação de emergência em saúde pública”. Os elementos e as justificativas já foram encaminhados pela Secretária Patrícia Queiroz Ribeiro Mochiuti ao gabinete do Prefeito Ivo Santos, para a edição do Decreto Municipal. A medida permite, por exemplo, a contratação emergencial de pessoal para trabalhar em frentes de combate a criadouros do mosquito Aedes Aegypti.

Acesse aqui o tira-dúvidas sobre dengue, chikungunya e zika, do Minsitério da Saúde.

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