Imigrantes (I): A colônia portuguesa
Um breve relato sobre a colônia portuguesa em Adamantina.
“Ai bate o pé / Bate o pé / Bate o pé / Ai bate o pé / Faça assim como eu / Ai bate o pé / Bate o pé / Bate o pé / Foi assim que meu amor / Me prendeu.”
Bate o pé – Roberto Leal
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No último dia 15, fomos pegos de surpresa pela morte do cantor Roberto Leal, um dos grandes representantes da cultura portuguesa em solo brasileiro. Com certeza, suas músicas e sua alegria, marcaram gerações. No entanto, em meio a tal notícia, acabei me recordando que a terrinha ao longo de seus 70 anos, possuía em seus primórdios, inúmeras colônias de imigrantes e/ou descendentes, dentre elas a portuguesa.
Maria Teresa Farai da Sila Passos e à direita o casal José Maria da Silva Passos e esposa (Livro Jubileu de Ouro de Admantina/Cândido Jorge de Lima).
Família Manuel Gaspar (Álbum das Famílias de Adamantina).
Família José Maria da Silva (Álbum das Famílias de Adamantina).
Como se sabe e se aprende das escolas, diversas foram as levas de imigrantes que formaram (e continuam a formar) a nossa imensa diversidade étnico-cultural. Portugueses, espanhóis, holandeses, africanos (das mais diversas localidades de tal continente), italianos, alemães, japoneses, árabes, etc. E assim, também se contituíam nas cidades, agrupados muitas vezes em pequenos núcleos, denominados de colônias. Estas acabavam servindo para mantê-los mais unidos e dentro de suas próprias tradições e costumes.
Família Caldeira de Assunção (Álbum das Famílias de Adamantina).
Família Manoel Pereira da Silva (Álbum das Famílias de Adamantina).
Família Virgílio Monteiro da Costa (Álbum das Famílias de Adamantina).
Pois bem, tendo como ponto de partida a colônia portuguesa, a terrinha contou com diversos de seus representantes por aqui. Dentre alguns deles, o Prof. Cândido e o Álbum das Famílias de Adamantina, menciona: José Maria da Silva, Manoel Balceiro Fragata, Manoel Monteiro, Antônio Ferreira Pascoalino, Manoel Rodrigues Batata, José Pereira, Eurico Cunha, Manoel Mangerino, Manoel Rodrigues, José Sismeiro, Manoel Marques Caldeira e Manoel Costa da Silva Passos. Mas, com certeza inúmeros são os nomes e estas linhas seriam pequenas para citá-los na sua totalidade.
Muitos deles desenvolveram a agricultura por aqui, onde acabaram concentrando suas atividades no Bairro Pé de Galinha (Estrada 1), onde também contruíram a Capela de N. Sra. de Fátima e o Grupo Escolar Nova Lusitânia. Mas, também cabe um parêntese, por aqui também contamos com a tão conhecida Cantina Portuguesa, do Sr. Antonio Martins Costa.
Exposição Portuguesa realizada na Biblioteca Municipal, em 1985 (Livro Jubileu de Ouro de Admantina/Cândido Jorge de Lima).
Enfim, nos dias atuais são mínimas as comerações alusivas às diversas levas de imigrantes que por aqui chegaram. Algumas delas acabam se despontando em desfiles cívicos e/ou em atividades desenvolvidas pelas unidades escolares daqui. Mas, em parte, isso também ocorre devido à grande miscigenação ocorrida por aqui. A nós, cabe a lembrança disso tudo, tanto dos eventos da colônia, como das músicas do Grande Roberto Leal.
Tiago Rafael dos Santos Alves
Professor, Historiador e Gestor Ambiental
Membro Correspondente da ACL