Opinião

Adamantina e o orgulho olímpico: entre glórias e desafios

Contraste entre o brilho dos atletas e a realidade local é marcante.

Lucas Eduardo Martins Colunista
Lucas Eduardo Martins
(Arquivo). (Arquivo).

No dia 11 de agosto de 2024, as Olimpíadas de Paris chegaram ao fim, marcadas por uma série de contratempos e polêmicas. Para o Brasil, o balanço foi de um 20º lugar geral (4ªº melhor resultado da história), com 12 das 20 medalhas conquistadas por mulheres, incluindo todas as de ouro. Embora o resultado tenha ficado aquém das expectativas, não foi um desastre. Em um cenário onde nossos atletas enfrentaram adversidades como a falta de incentivo e patrocínio, destacam-se pela resiliência e desempenho.

Entre as nuances dessa edição olímpica, uma particularidade trouxe um brilho especial a Adamantina. Em meio a uma delegação de 289 atletas brasileiros, dois nativos da cidade marcaram presença na competição: Izabela da Silva, no Lançamento de Disco, e Lucas Marcelino, no Salto em Distância. Para os cidadãos de Adamantina, o feito é motivo de grande orgulho, pois a pequena cidade conseguiu enviar representantes a um evento global de tamanha magnitude.

Adamantina sempre teve a tradição de exibir atletas talentosos, e a lista de nomes é um testemunho dessa realidade. Luan Bruno, atual campeão da Categoria Absoluto A no Tênis de Mesa; César Augusto, goleiro recentemente vendido para o Sporting de Portugal; João Victor Florêncio, atuando no futebol de Malta pelo Marsa F.C.; e Pedro Rinaldi, defensor do Novorizontino, são apenas alguns exemplos do potencial da cidade.

Contudo, o contraste entre o brilho dos atletas e a realidade local é marcante. O centro de treinamento de Tênis de Mesa, que poderia ser um pilar de desenvolvimento esportivo, está desativado e sendo usado como depósito desde dezembro de 2023. A falta de infraestrutura e de projetos de inclusão esportiva tem sido um problema persistente. Espaços de treinamento são escassos e de difícil acesso, e não há iniciativas focadas no desenvolvimento de atividades esportivas no contraturno escolar.

O potencial é evidente, mas o incentivo necessário para transformar esse talento em resultados ainda está aquém do ideal. Se o Brasil já é conhecido por sua capacidade de revelar grandes atletas, Adamantina tem tudo para ser um celeiro de novos talentos, caso receba o suporte adequado.

A nova administração municipal tem uma oportunidade de ouro: investir no esporte como uma prioridade. Com o devido apoio e uma infraestrutura melhorada, Adamantina pode não apenas continuar a produzir atletas de destaque, mas também descobrir e fomentar novos talentos.

Lucas Eduardo Martins | Economista por formação e eterno curioso, escrevo sobre temas que considero relevantes.

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