Cidades

Em recuperação judicial, Usina Bioenergia de Lucélia é adquirida pelo Grupo Amerra

No judiciário, processo de recuperação judicial da Bioenergia tramita desde 2019.

Por: Acácio Rocha | Aqui Lucélia atualizado: 11 de maio de 2022 | 09h18
Planta industrial da Bioenergia do Brasil, em Lucélia (Reprodução/Datagro). Planta industrial da Bioenergia do Brasil, em Lucélia (Reprodução/Datagro).

O Grupo Amerra, que representa a Amerra Capital Managment, gestora americana de fundos focada no agronegócio com sede em Nova Iorque (EUA), foi declarado vencedor no processo de recuperação judicial que colocou à venda a Usina Bioenergia do Brasil, de Lucélia.

As movimentações conclusivas sobre a transação, sob apreciação do Poder Judiciário da Comarca de Lucélia ocorreram na semana passada e nesta semana. A síntese sobre a efetivação da compra foi confirmada na manhã desta quarta-feira (23) pelo AQUI LUCÉLIA. A consolidação das tratativas também é narrada na decisão do juiz Fabio Alexandre Marinelli Sola, lançada na terça-feira (22) nos autos do processo de recuperação judicial 1001872-64.2019.8.26.0326, que tramita desde 2019 na 1ª Vara da Comarca de Lucélia.

Grupo Amerra apresentou proposta – avaliada entre os credores e homologada pela Justiça – e inclusive já depositou os valores ajustados. Há expectativa que o pagamento de credores comece a ocorrer dentro de aproximadamente duas semanas.

As empresa do Grupo Amerra são as principais credoras da Usina Bioenergia (veja a relação nominal de credores) e formularam proposta para adquirir a estrutura produtiva em Lucélia. Os representastes do Grupo Amerra já se apresentaram na unidade indústria, na cidade, como novos dirigentes do negócio.

Bioenergia vem registrando prejuízos desde 2013

Inaugurada em 1979 durante o Proálcool, com o objetivo de instalar uma destilaria autônoma de álcool carburante no município de Lucélia, a Usina  Bioenergia vem registrando prejuízos desde 2013, conforme descrevem os documentos públicos que compõem o processo de recuperação judicial.

Em 2020, o resultado líquido foi negativo em R$ 42,87 milhões. Além disso, ao longo dos últimos anos, a sucroenergética vem ampliando seu endividamento e, em 31 de dezembro de 2020, suas dívidas brutas com empréstimos e financiamentos somavam R$ 295,16 milhões.

Sua venda ocorre após a aprovação do plano de recuperação judicial, pelos credores, homologado pelo Poder Judiciário. A usina, que está em operação, formou uma UPI (Unidade de Produção Industrial) para a venda em leilão, cujo certame ocorreu no dia 18 de novembro do ano passado, porém a única proposta recebida, na ocasião, foi considerada frágil, por deficiências na apresentação de garantias por parte do interessado.

Veja aqui a síntese da trajetória do processo de recuperação judicial, no site da administradora judicial R4C.

Amerra tem usina no Mato Grosso do Sul

A Amerra é dona da Usina Rio Amambai Agroenergia (RAA), em Naviraí (MS). Em 2016 a antiga Usinavi foi levada a leilão judicial. Em uma situação semelhante à ocorrida com a Bioenergia, a Amerra que já era credora da Usinavi e conhecia o potencial da Usina e da região, se associou a outros investidores, e arrematou a planta industrial e o canavial. A nova empresa foi denominada Rio Amambai Agroenergia (RAA). Um ano depois, em 2017, a Amerra tornou-se a única acionista da RAA.

Com investimentos e um novo modelo de gestão, a planta industrial da RAA em Naviraí foi reformada e modernizada, os canaviais renovados e tratados adequadamente. Novas áreas foram incorporadas à produção de cana e novos empregos foram gerados.

Amerra

Amerrra Capital Management é uma gestora americana de fundos focada no agronegócio, com sede em Nova Iorque (EUA). Administra cerca de US$ 1,2 bilhão em ativos e tem perto de 40% de sua carteira no Brasil. Os recursos da empresa estão distribuídos nos setores de cana-de-açúcar, soja, milho, café e arroz.

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