Cidades

Meire Cunha, supervisora da Casa Afro de Adamantina, recebe em São Paulo o Prêmio Ruth de Souza

Prêmio homenageia mulheres negras em São Paulo.

Por: Da Redação
Na capital paulista Meire Cunha recebe premio de reconhecimento enfrentamento ao racismo e na promocao da igualdade social (Cedida). Na capital paulista Meire Cunha recebe premio de reconhecimento enfrentamento ao racismo e na promocao da igualdade social (Cedida).

Funcionárioa pública municipal, a supervisora da Casa Afro de Adamantina, Meire Cunha, recebeu nesta sexta-feira (30) em São Paulo o Prêmio Ruth de Souza 2024. A premiação reconhece dez mulheres negras que se destacaram no enfrentamento ao racismo e na promoção da igualdade social no Estado de São Paulo.

Premiação em São Paulo (Cedida).

O prêmio é uma iniciativa é do Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra (CPDCN) e da Coordenação de Políticas para a População Negra (CPPN), da Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo.

O evento faz parte do calendário oficial do Estado de São Paulo e integra também as comemorações do Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho. A data é instituída pelas Nações Unidas. No Brasil, desde 2014, comemora-se também na mesma data o Dia de Tereza de Benguela, em referência à líder quilombola que viveu no século 18.

Premiação em São Paulo (Cedida).Premiação em São Paulo (Cedida).

Realizada na Biblioteca Mário de Andrade, a cerimônia contou com a presença de autoridades estaduais e referências na pauta do enfrentamento ao racismo e na promoção da igualdade social.

O prêmio é batizado em homenagem à atriz Ruth de Souza, considerada a primeira-dama negra do teatro. A premiação acontece desde o ano de sua morte, no ano de 2019.

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Ativista e multiprofissional

A multiprofissional e ativista Meire Cunha tem se dedicado desde 2005 à pesquisa e difusão da cultura afrodiáspora, africana e afro-brasileira. Ela é autora de uma trilogia sobre o racismo estrutural no Brasil e idealizou a Associação Gangazumba de Cultura Negra, que começou como um pequeno coletivo e se tornou uma associação oficial em 2022. Além de sua atuação como servidora pública e supervisora da Casa Afro de Adamantina, Meire é conhecida por suas palestras, oficinas e orientação sobre a cultura afrodiáspora em toda a região.

Premiação em São Paulo (Cedida).Premiação em São Paulo (Cedida).Premiação em São Paulo (Cedida).

Meire tem formação em Magistério, técnico em administração, técnico em açúcar e álcool, técnico em enfermagem, ciências contábeis e gerenciais  complementação pedagógica em história e atualmente cursa pedagogia pela Univesp. Tem ainda formação em terapia holística pela Escola Ibrath e Instituto Terceira Visão.

Saiba mais: Ruth de Souza

Ruth de Souza, nascida em 12 de maio de 1921, no Rio de Janeiro, é um dos nomes mais emblemáticos da história do teatro, do cinema e da televisão brasileira. Conhecida como a primeira atriz negra a protagonizar uma novela no Brasil, Ruth é reverenciada por sua trajetória de luta e talento, que abriram portas para artistas negros em um cenário cultural historicamente marcado pelo racismo.

Desde cedo, Ruth demonstrou interesse pelas artes, ingressando no Teatro Experimental do Negro (TEN) em 1945, sob a liderança de Abdias do Nascimento. Sua participação no TEN foi um marco, pois o grupo buscava combater o preconceito racial e valorizar a cultura negra no Brasil. Foi nesse ambiente que Ruth de Souza começou a se destacar, interpretando papéis de grande relevância e desafiando os estereótipos que a sociedade impunha.

Ruth de Souza (arquivo).

No cinema, Ruth fez história ao ser a primeira atriz brasileira a participar de um festival internacional de cinema, concorrendo ao prêmio de Melhor Atriz no Festival de Veneza de 1954, pelo filme "Sinhá Moça", dirigido por Tom Payne. Sua atuação foi amplamente aclamada, e o feito representou um passo significativo para a presença de artistas negros no cenário internacional.

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Além de seu impacto no teatro e no cinema, Ruth de Souza teve uma carreira prolífica na televisão. Estreando na TV Globo em 1968, ela se tornou uma figura frequente nas telenovelas brasileiras, contribuindo para que o público reconhecesse a importância de personagens negros em narrativas populares. Sua presença na tela ajudou a desmistificar preconceitos e a fortalecer a representatividade negra nos meios de comunicação.

Ruth de Souza não foi apenas uma grande atriz, mas também uma voz ativa na luta por igualdade racial e pelos direitos dos artistas negros. Sua trajetória inspiradora continua a reverberar nas novas gerações de atores e atrizes que a veem como uma pioneira e um ícone de resistência.

Ruth de Souza faleceu em 28 de julho de 2019, aos 98 anos, deixando um legado inestimável para a cultura brasileira. Seu trabalho não apenas enriqueceu o teatro, o cinema e a televisão no Brasil, mas também abriu caminho para uma nova compreensão da importância da diversidade na arte. Ruth é, sem dúvida, uma figura que merece ser lembrada e celebrada, não apenas pelo seu talento, mas pela sua contribuição à luta por uma sociedade mais justa e igualitária.

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