Idosa cai ao subir em maca, no CIS, e família alega omissão de socorro; Prefeitura se manifesta
Familiar da idosa leva caso à Polícia Civil, onde cobra apuração.
Uma idosa de 83 anos sofreu uma queda ao subir na maca, quando se utilizava da escada de apoio, durante procedimento para realização de exame de ultrassonografia no CIS (Centro Integrado de Saúde), em Adamantina, no dia 23 de janeiro. O caso foi levado por familiares da vítima à Polícia Civil, sendo aberto um boletim de ocorrência (BO) na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), dia 27 do mesmo mês, tipificado como lesão corporal culposa.
O SIGA MAIS teve acesso ao BO e ao termo de depoimento da declarante – neta da vítima – que levou o caso à Polícia. Segundo informam os documentos, a avó teria ido ao CIS acompanhada de sua filha – que é acometida com autismo – dia 23 de janeiro, para realizar exame de ultrassonografia.
Já na unidade de saúde, a idosa teria sido conduzida por uma profissional de enfermagem e uma médica quando, ao subir na maca, sofreu uma queda da escada de apoio, batendo com as costas.
Segundo a declarante, não teria sido realizado nenhum exame complementar após a queda da avó, para verificar se estava tudo bem com a paciente idosa.
A neta diz ainda em sua declaração à Polícia que o acidente não foi informado à família por parte do CIS, sendo o caso relatado aos familiares pela própria idosa, no dia seguinte, queixando-se de não conseguir andar.
Após a queixa da idosa, familiares acionaram o serviço de ambulância pelo telefone 192 e a mulher foi encaminhada ao pronto-socorro da Santa Casa de Adamantina, onde exames de imagem constataram um trinco no osso da bacia da vítima. Foi constatado também que a idosa não conseguia urinar, o que se deu com a utilização de sonda, expelindo coágulos junto à urina. A idosa realiza tratamentos decorrentes de um câncer na bexiga. “A declarante acredita que não foram feitos os procedimentos corretos de acordo com o Estatuto do Idoso no momento da queda de sua avó e que houve omissão de socorro por parte da equipe do CIS”, informa o BO.
Já no termo de depoimento, junto à Polícia Civil, a declarante disse ter ido ao CIS para saber mais detalhes do ocorrido, quando relatou que a tia acompanhante da avó era autista e foi questionada por isso. No documento, a neta destaca que se tratava de um exame de rotina e não exigiria qualquer decisão ou prestar socorro à mãe. Já a mãe da depoente foi até o CIS para buscar a idosa e sua acompanhante, quando se deparou com a vítima na cadeira de rodas. Questionada, a idosa disse que estava com dores nas pernas. A neta disse ainda que nenhum funcionário do CIS foi até sua mãe para relatar o ocorrido. (Continua após a publicidade...)
O outro lado
O CIS foi inaugurado dia 9 de dezembro. O espaço é uma policlínica da Secretaria Municipal de Saúde com serviços realizados em parceria com o Centro Universitário de Adamantina (UniFAI). Procurada pelo SIGA MAIS, a Prefeitura de Adamantina confirmou o caso e informou as medidas que diz ter adotado após o ocorrido com a idosa. “No momento do ocorrido, a auxiliar de enfermagem que estava acompanhando a realização do exame de ultrassom, preocupada por tratar-se de uma senhora idosa, informou que iria entrar com contato com o serviço de Resgate – 192 para encaminhamento da paciente ao pronto-socorro local, e informando que haveria o cancelamento da realização do exame, sendo o mesmo reagendado para data e horários oportunos, porém tanto a paciente como a acompanhante recusaram a oferta, relatando que naquele momento a realização do exame de ultrassom se fazia mais urgente. Não havendo acordo, a paciente foi cuidadosamente posicionada na mesa de exames sob supervisão e autorização da médica e então o exame de ultrassom foi realizado, após o término do exame a paciente fora conduzida de cadeiras de rodas até seu próprio carro”, informa a Prefeitura.
Além dos procedimentos que disse ter adotado em relação ao caso, após a queda da idosa, a Prefeitura também se posicionou sobre a queixa de que a queda da idosa não teria sido informada aos familiares. “Após o relato dos familiares, a auxiliar de enfermagem informou à neta que não havia motivos para a unidade de saúde comunicar a família da idosa, uma vez que a paciente já estava acompanhada da própria filha em todos os momentos, e que o encaminhamento ao pronto-socorro não ocorreu, pois ambas negaram o atendimento. Então a neta, informou que a acompanhante sofre de distúrbios psiquiátricos e não possui condições psíquicas de responder pela mãe”, disse a Prefeitura. “Cabe destacar que não era do conhecimento da equipe de saúde que a acompanhante da idosa não possuía condições de acompanhar a paciente”, completa.